quinta-feira, 12 de março de 2009

Franzir

Sempre precisei me sentir especial e percebo quão ilusão isso era. Buscando, num mundo estranho, me aproximar do que é fantástico e nunca nem chegar perto. O ser eu, não era o bastante, tinha que ser "um eu mais" e ao longo de minha caminhada percebi que era o que bastava. Luto para me reencontrar e sei que estou aqui dentro, em alguma parte, misturado com os ossos ou sentimentos que levo para passear.

Hoje acordei sem ao menos ter a consciência de que estava de olhos abertos. O sentir é algo que nos aproxima do interior, por vezes oco e mal cuidado, que trazemos feito mochila nas costas. Mesmo não querendo enxergar, abro os olhos e a luz me faz franzir a testa. Eu me forço a caminhar de volta pra casa, sem saber direito onde é.

O medo de estar sem as coordenadas certas não me afeta, quero apenas chegar a algum lugar. Fincar a bandeira e dizer: Este lugar é meu! “Sendo doce ou amargo lar”. 

Já não me importa, vou transformá-lo no que for para ser transformado, no fantástico que eu quiser talvez.

Se as palavras alheias me disserem que não é possível, ensurdecerei meus ouvidos com uma canção inventada. Se os gestos me reprimirem, cegarei meus olhos e verei apenas o que for pra ser visto, aqui dentro, sem forçar e franzir a testa.

Dai aos outros o que a eles pertencem. Me dar possibilidades. É o bastante ser o que quiser, quando, onde e como.


Sem porquês.

domingo, 12 de outubro de 2008

" Lo Cariño y los Raticos°°° "

Como uma festa animada, embriagados
Como um presente dos Deuses, tão implorado
Como um dia de sol, brincar e brincar sem parar
Como estudar, arrepiar-se e fingir ser pelo giz no quadro.
Como viver e brincar de esconde-esconde

Ser, ter, necessitar, querer, sorrir...
Reger uma orquestra inteira
Perder-nos em livros alheios
Gostar, maior...

Escritas erradas e compreendidas
Lo Cariño
Las chansouns na tela, e sonhos.
Enxergar com a cegueira

Como estar louco, e casar-se
Como dias de espera, finalmente trancar-nos

Chorar, lembrar e reviver e finalmente viver
Pensar, trocar e beijar

Tentar e tentar e tentar e conseguir

Cativar- me cada vez mais,
Eu...
Você
Todos dentro de nós

Ler, ouvir e saber que a vida é um ratico e nada más...

Como escrever uma história sem fim duas vezes, você e eu
Para um novo amanhecer, os parabéns


Como ao fim de todo dia, um happy happy end....

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O seu jardim



Eis aqui o meu amargo afago
Eis aqui o meu agrado
que nos olhos

nos seus olhos
me fazem parar de respirar

Por tudo que simples sou
faço e refaço
passo por cima de eu ego
fazer-te -ei
feliz

quando olhardes o jardim
que preparei pra ti
lembrarás sem
ao menos me ver
que estou a cuidar-te
e nas lembranças mais remotas
não encontrarás
algo que te desagrades
pois o sentir é assim
grande e imperfeito

Na janela que olhares a chuva cair
olhe atentamente e ilusoriamente
São de prata as particulas a cair

e foi eu que pedi que
fosse assim
e assim foi

E se seu peito doer
Teu coração ei de carregar
junto ao meu

apertado

E ei de andar calado
com o segredo guardado
que eu mesmo
me contei

e haverá o dia em que serei
visto como santo
e me olharão de baixo pra cima
parados em meio aos transeuntes
que nem saberão meu nome de batismo

e saberei que
o importante é o que importa agora

Tu e tua máscara de orgulho viscoso
do íntimo machucado
nem percebeu
o agora renascer
pro meu final feliz




por Norberto Pere°

terça-feira, 23 de outubro de 2007

a voz O



Eu não quero ver tudo
parado ao meu redor

Eu não quero ver nada
paralelo ao nada

Eu não quero mais não querer nada e o nada

quero viver algo inesperado
e não vivido
quero ouvir uma canção
que jamais foi cantada
quero ver aquilo que é invisível
tudo sem pé e nem cabeça...
sinto uma dó aqui no peito
no peito
O menino lá fora
tão preso aqui dentro
me dá um suspiro pra eu respirar
outrora não havia mais em mim
o pássaro que não canta mais
o singelo O
VOGAL
circular
singular

segunda-feira, 4 de junho de 2007

estranheza///

Olhar sobre a mesa e ver um prato decorado que
a pouco não estava lá;
A sua volta não vê ninguém
e pensa ser algo do além.
Criando possibilidades
imagina coisas e pessoas com tais habilidades;
estranho, e nada de elementar.
Confuso senta em sua cadeira, confortável e reclinavél,
pega o refrigerante de cola que havia colocado no chão,
respira fundo e olha sua composição,
pensado que talvez este produto tenha lhe causado uma
alucinação.

domingo, 27 de maio de 2007

Sábado em Domingos

Encontrar em algum lugar
o ser com quem poderia ser.
Estar ao lado e a distância levar,
com o vento, todo o nada
Os olhos nos meus olhos, não tem o mesmo olhar que os meus,
dentro destes mesmos olhos,

Vejo a vela na mesa ao lado refletir
naqueles olhos que observo
e decido parar de olhar

O meu querer me embriaga,
e ficar embriagado pode ser a maneira de não responder por meus atos
Me diga..

quem é você??? e qual a sua mentira?
o que faz aqui? pra onde vai ? de onde vem?
o que quer de mim?
quer a mim?

Me vejo
a esperar o ultimo olhar com à ameaça do raiar do dia

Meus olhos, apenas olham
Seus pés acompanhados, pelas calçadas
passo á passo
desaparecem
como um disco riscado
as imagens vão e voltam
e eu vou seguindo
e indo

quinta-feira, 10 de maio de 2007

devagando...

bom ..
dar continuidade nas coisas da vida...
perceber as melhores escolhas...
sei que andei errado
e entendo
aprendo
quero aprender
bato a cabeça mil vezes na parede
bato o pés
e percebo
nada aprendi
poucas palavras
um postura
o novo
o medo e todos os sentimentos do mundo em um copo descartavel
me reciclar...